No post anterior, disse que poderia encontrar uma pauta na agência do INSS durante a minha primeira perícia. Não achei matéria, mas encontrei algo muito melhor.
Na entrada, tive dificuldades para apoiar a perna operada que ainda não pode ir ao chão. Estávamos apenas eu, de muletas, e a mãe, com várias radiografias enormes nas mãos. Ela precisava organizar os papéis e tirar uma ficha, mas não tinha como me deixar ali, em pé. Ficamos por alguns minutos tentando achar uma cadeira disponível. Todos viram nossa preocupação, mas nenhum funcionário de cara amarrada ou o guardinha burocrata ousaram nos ajudar.
Foi aí que uma senhorinha de cabelos brancos, chale amarelo nos ombros e olhos verdes vivos aproximou-se. Não a tinha visto entre as dezenas de pessoas que se aglomeravam na sala. Prontamente, ela ajoelhou-se com dificuldades e segurou a minha perna. Sem piscar, disse para a minha mãe resolver a situação que ela ficaria ali me ajudando.
Por instantes, trocamos algumas palavras. Eu, morrendo de vergonha por não conseguir dominar a minha perna. Ela, me consolando e passando mensagens de apoio.
Incrível! Uma boa alma!
Não achei uma pauta na agência, mas descobri algo que há muito não via em sua forma mais simples e nobre: solidariedade. Pois aquela senhora, que nem tive tempo de perguntar o nome, me estendeu a mão mesmo sem saber quem eu era.
...E a luz da bondade apareceu justamente naquele lugar sombrio, de pessoas quase depressivas.
Voltei mais contente para casa :)
Ah! E ficarei, pelas contas do perito, pelo menos, até 31 de outubro em casa.
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