domingo, 28 de junho de 2009

A fita métrica do amor

Plantão de domingo. Praticamente sozinha na redação, decidi ler alguns textos do próprio arquivo da empresa. E o primeiro com o qual me deparei foi a mensagem abaixo, escrita pela Martha Medeiros e publicada no jornal Zero Hora em 10 de janeiro de 2001. Digo mensagem pois ela representou exatamente isso para esta que vos escreve. Um sinal, talvez. Então, decidi dividi-la com quem passar por aqui :)

A fita métrica do amor

Como se mede uma pessoa? Os tamanhos variam conforme o grau de envolvimento. Ela é enorme para você quando fala do que leu e viveu, quando trata você com carinho e respeito,
quando olha nos olhos e sorri destravado.

É pequena para você quando só pensa em si mesmo, quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento em que teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas pessoas: a amizade.

Uma pessoa é gigante para você quando se interessa pela sua vida, quando busca alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto. É pequena quando desvia do assunto.

Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma. Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos clichês.

Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas: será ela que mudou ou será que o amor é traiçoeiro nas suas medições? Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que
parecia ser grande. Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo.

É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos. Nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, e sim de ações e reações, de expectativas e frustrações. Uma pessoa é única ao estender a mão e, ao recolhê-la inesperadamente, se torna mais uma. O egoísmo unifica os insignificantes. Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande. É a sua sensibilidade sem tamanho.

(Martha Medeiros)

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Goodbye, MJ

Rest in Peace, Michael Jackson.


quinta-feira, 18 de junho de 2009

Falcão e Sofia

A matéria abaixo, escrita por esta que vos escreve, foi publicada no jornal Diário Gaúcho em janeiro de 2007. É o perfil de um andarilho de Porto Alegre. Estávamos passando por ele e achamos incríveis as mensagens que o cara carregava no carrinho inseparável. As fotos são da grande colega e baita profissional Andréa Graiz.

Falcão e Sofia
ALINE CUSTÓDIO
Enquanto Sofia ganha bolacha de uma pedestre, Falcão apenas recebe um olhar desconfiado. Sofia ganha afagos de quem passa por ela. Falcão é, simplesmente, ignorado. Sofia e Falcão formam uma dupla há um ano e quatro meses, em Porto Alegre.

Todas as manhãs, ficam sentados numa sombra na esquina da Rua Sebastião Leão com a Avenida João Pessoa, no Bairro Azenha. À tarde, passeiam pela Redenção. No cair da noite, dirigem-se para a marquise de um prédio no Bairro Praia de Belas.

Falcão protege Sofia. E Sofia, defende Falcão. São amigos inseparáveis. A maior curiosidade nessa história é que Falcão fala e Sofia, apenas obedece. Falcão é o apelido de um andarilho de 42 anos que se nega a dizer o verdadeiro nome. Sofia é uma vira-lata preta e branca, adotada por ele logo ao nascer.

Os dois perambulam pelas ruas da Capital e recebem todo tipo de ajuda. Sofia é a que mais tem madrinhas e padrinhos. Alimenta-se apenas com ração de primeira linha e tem até cobertor próprio. Em dias de chuva, é protegida por um guarda-chuva dado especialmente para ela. Falcão vive há 27 anos nas ruas e depende da sorte. Ganha roupas, calçados e alimentos e dorme aninhado à Sofia. Carrega um carrinho de supermercado, no qual coloca os poucos pertences e a comida da cadela.

Algumas vezes por ano, costuma caminhar até Bagé para rever a irmã adotiva. Segundo ele, são 16 dias para ir e 20 dias para voltar.
– Conheci boa parte do Brasil caminhando. Sou andarilho por opção. Quando o asfalto está quente, coloco a Sofia no carrinho para ela não queimar as patinhas – conta.

Na frente do velho carrinho, Falcão costuma escrever mensagens positivas para quem passa. A cartolina, amarrada com cordão, e as canetas também são doadas.
– É tanta violência neste mundo que sinto necessidade de fazer algo para as pessoas sorrirem, principalmente, crianças e idosos. O mundo precisa melhorar – justifica Falcão, sem dar muita importância para a própria situação.


quarta-feira, 17 de junho de 2009

Sou jornalista diplomada e ninguém mudará a minha história

A decisão do STF de derrubar a exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista, ocorrida hoje, foi um golpe duro em quem sempre sonhou ingressar numa faculdade e, por mérito, conseguir se tornar um bacharel em Comunicação Social, especializado em Jornalismo. Este é o meu caso.

Me dá náuseas ouvir a justificativa do presidente do STF, Gilmar Mendes. Para ele, o fato de um jornalista ser graduado não significa mais qualidade aos profissionais da área. “A formação específica em cursos de jornalismo não é meio idôneo para evitar eventuais riscos à coletividade ou danos a terceiros.”

Se fosse assim, "Doutor Gilmar Mendes", a profissão de advogado também não poderia existir e o diploma de Direito deveria deixar de ser exigido.

No próximo ano, completarei dez anos como jornalista diplomada. E me orgulho muito de ter conquistado, após muita luta, o meu diploma. A minha história, Doutor Gilmar Mendes, o STF não conseguirá apagar.

Para saber mais sobre a decisão, clique aqui.

Violeiro solidário

Algumas histórias caem de maduro no colo do repórter e, muitas vezes, acabam passando sem que o profissional se dê conta de que aquele momento pode se tornar eterno. Uma destas histórias caiu na minha cabeça na sexta-feira passada, quando me determinei a acompanhar um baile num asilo de idosos carentes. A ideia era fazer uma matéria sobre a solidão sentida por quem vive distante da família e dos amigos.

Fiz a matéria (e ainda não foi publicada). Porém, no meio da pauta encontrei o seu Oswaldo. Rostinho miúdo, olhar sincero e sorriso discreto pela falta de dentes. Aos 91 anos, ele é o violeiro que anima os bailes do asilo. "Nossa! Que figura!", foi o que pensei.

Então, fiquei o observando e decidi marcar uma entrevista com ele para esta semana. O resultado desta conversa está abaixo e na matéria publicada no Diário Gaúcho de hoje. Algumas fotos são do sempre talentoso (e quase poético nesta pauta) Marcelo Oliveira.

VIOLEIRO SOLIDÁRIO
Não há idade para a música e o amor
ALINE CUSTÓDIO
Aos 91 anos, metalúrgico aposentado de Gravataí é exemplo de vitalidade. Ele é voluntário num lar de idosos da cidade, onde anima bailes.

Pelas cordas do violão que ganhou aos 14 anos, o metalúrgico aposentado Oswaldo Nunes Jardim, 91 anos, de Gravataí, ainda dedilha emoção. Com o instrumento presenteado pelo pai, o senhor que se autodenomina “não idoso” por ter saúde de ferro, dá aulas, participa de um coral e costuma animar os bailes de um asilo da cidade:

– Sinto prazer em tocar para os que querem ouvir, e os velhinhos gostam. Violão é um remédio para qualquer doença.

Viúvo há seis anos, Oswaldo tem o instrumento como único companheiro. Quando se sente só, bastam os primeiros acordes de Tico-Tico no Fubá ou do Brasileirinho para que a tristeza desapareça. Mesmo tendo aprendido desde cedo a tocar violão com o irmão, só tornou-se professor em 1956.

– Naquela época, quem tocava era vagabundo. Os amigos riam e diziam que eu só aprenderia a dedilhar aos 80 anos – comenta, entre risos.

Durante toda a vida, apesar de se considerar um romântico, Oswaldo só fez três serenatas, mas para ajudar os amigos. Nos anos 60, tocou em diversos carnavais. Na década seguinte, fez a carteira de músico e, até hoje, tem orgulho de carregar no bolso da camisa o documento da Ordem dos Músicos do Brasil.

E engana-se quem pensa que Oswaldo pretende aposentar-se do amigo violão, apesar da idade avançada de ambos.

– Quero chegar aos cem anos tocando. Para o amor e para a música não há idade – afirma.

aline.custodio@diariogaucho.com.br




segunda-feira, 15 de junho de 2009

Meu mundo em P&B

Então, tenho experimentado coisas novas por aí. Uma delas é fotografar com o meu celular N95 em preto e branco. Abaixo, coloco algumas imagens que fiz nos últimos dias. Gostaria de ouvir a opinião de vocês. Não sou fotógrafa e nem pretendo ser. Mas amo fotografia, mesmo sendo leiga no assunto. Seguem as imagens:

domingo, 14 de junho de 2009

1 ano de blog!

Em comemoração ao primeiro aniversário do blog, estou postando um podcast de agradecimento a vocês. Muito obrigada por todas as visitas a este diário virtual. O blog me ajudou a enfrentar um dos momentos mais difíceis da minha vida. Quem quiser escutar, é só clicar aqui pq eu não consegui postar na página (problemas na tag).

A notícia está na rua

O texto abaixo foi publicado, neste final de semana, na Carta da Redação do jornal para o qual trabalho. Nele, o editor-adjunto Claiton Magalhães fala sobre uma matéria minha, em parceria com o fotógrafo Marcelo Oliveira (publiquei o texto aqui ontem, tá mais abaixo). Concordo com tudo o que ele escreveu e quero dividir com vocês.

A notícia está na rua
Repórter tem de estar na rua. Esse velho mandamento do jornalismo tem de ser seguido à risca por qualquer Redação. Mas, afinal, por que isso? Porque é lá, e entenda-se aqui rua como condomínio, avenida, praça, shows, plenários de sessões políticas etc., que as coisas acontecem.

Veja só o exemplo encontrado em uma das andanças da nossa equipe. Aqui abro parênteses para dar a você, caro leitor, a seguinte informação: o Diário tem cinco carros que percorrem, por dia, uma média de 200km cada. Veja bem, dá para fazer o trajeto de ida e volta a Florianópolis com a quilometragem somada de todos os veículos.

Pois bem, em uma dessas peregrinações, a repórter Aline Custódio e o fotógrafo Marcelo Oliveira flagraram uma cena incomum. Um costureiro instalou seu ateliê à beira da RS-118. Na aridez do asfalto, ele toca a vida em uma profissão que exige destreza e concentração.

Quando, fechado em frente a um computador, um repórter poderia brindar o leitor com uma matéria assim? Nem que fossem um Jorge Amado, um Guimarães Rosa (grandes escritores
nacionais) os repórteres teriam imaginação para traçar um momento tão peculiar e real no cotidiano de um trabalhador brasileiro.

Portanto, estamos aí, pelas ruas. A qualquer momento, você pode ver uma viatura do jornal navegando em busca da notícia. E, para finalizar, mando um abraço aos timoneiros Wagner, Paulo Henrique, Luís Antônio e Pablo, os motoristas do Diário Gaúcho, responsáveis por conduzir a reportagem na árdua luta para garantir a informação.

Claiton Magalhães
Editor-adjunto

Amor e seu tempo

Amor é privilégio de maduros
estendidos na mais estreita cama,
que se torna a mais larga e mais relvosa,
roçando, em cada poro, o céu do corpo.

É isto, amor: o ganho não previsto,
o prêmio subterrâneo e coruscante,
leitura de relâmpago cifrado,
que, decifrado, nada mais existe

valendo a pena e o preço do terrestre,
salvo o minuto de ouro no relógio
minúsculo, vibrando no crepúsculo.

Amor é o que se aprende no limite,
depois de se arquivar toda a ciência
herdada, ouvida. Amor começa tarde.
Carlos Drummond de Andrade

sábado, 13 de junho de 2009

O costureiro do asfalto

O texto abaixo, de minha autoria, foi publicado nos jornais Diário Gaúcho e Zero Hora, ambos de Porto Alegre. Coisa simples, mas que eu amo fazer. Minha parceria desta vez foi o fotógrafo Marcelo Oliveira. Foi ele quem sugeriu a pauta quando passávamos na estrada e vimos a cena inusitada.
Foto: Marcelo Oliveira/Diário Gaúcho

Agulhas e linhas à beira da estrada
Costureiro conserta lonas de caminhão às margens da rodovia Sapucaia do Sul-Viamão
Aline Custódio aline.custodio@diariogaucho.com.br
Quem passa pela rodovia Sapucaia do Sul-Viamão (RS-118), próximo ao trevo de entrada de Gravataí, depara com uma cena inusitada. Às margens da estrada, um homem parece usar uma máquina de costura. Parece não, ele usa mesmo.

Há mais de uma década, Marcos Fraga, 38 anos, mais conhecido como Cabelo, é o “salvador de caminhoneiros e motoristas em geral”. A céu aberto, ele costura lonas, vinilonas e outros tipos de coberturas para caminhões e caminhonetes. A profissão está na família há três gerações, e Cabelo já se encarregou de gerar a quarta: o filho Taylor, 18 anos, é o ajudante dele e aprendiz de costureiro.
Apesar de tanto tempo cosendo, só nos últimos seis anos Cabelo passou a utilizar a máquina elétrica. Antes, tudo era feito manualmente. A maior lona que já costurou foi uma que pertencia a um vagão de trem.
– Tenho calos nos dedos desde criança, quando ajudava o meu pai na mesma lida – conta.

Ele até tentou trabalhar em outras funções. Chegou a ser açougueiro, mas acabou voltando para as linhas e as agulhas por reconhecer que era apaixonado pelo que fazia.
– Me criei na estrada e ajudo gente de todo o país. Esta é a minha profissão – fala.
Mesmo não revelando quanto recebe por serviço produzido, Cabelo diz que cobra, em média, R$ 1 por furo. E os clientes chegam de todas as partes do Brasil.
– Recebo caminhoneiro do Acre, da Bahia, de Pernambuco. E eles sempre voltam – garante.

Trabalhando na rua, o costureiro dos caminhoneiros enfrenta chuva e sol. No verão escaldante do asfalto, costuma fazer um puxadinho de restos de lona. Em dias chuvosos, se não usa este artifício, conta com a ajuda dos comerciantes da região. Mas a tarefa nunca deixa de ser exercida. Pelo contrário, Cabelo pode ser encontrado todos os dias na beira da estrada, das 8h às 20h. E sem fechar ao meiodia.
– O importante é trabalhar – conclui.

Música do findi :)

Música do final de semana: Marisa Monte.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Sobre as minhas pernas: para atualizar

Estou curada da inflamação nos tendões da perna direita. Ainda bem. Porém, continuo sentindo dores atrás do joelho. Fiz uma ecografia do joelho e da coxa direita, mas ainda não recebi o resultado.
Também surgiu um probleminha no sangue, resultado da quantidade imensa de anti-inflamatórios que ingeri nos últimos meses. Mais uma coisinha básica para resolver. Esta situação foi boa para alertar quem passa por aqui interessado nas informações sobre as cirurgias. Confesso que carreguei demais na quantidade de medicamentos. Resultado: gastrite e, agora, uma baixa exagerada na quantidade de leucócitos no meu sangue. Com eles em baixa, estou vulnerável a qualquer tipo de infecção. Então, cuidado na hora de se medicar por conta própria.
Era isso, por enquanto. :)

Mais prêmios pro blog :)

Obaaaa!!! Tanto tempo sem passar por aqui e quando volto, recebo inúmeros selinhos dos meus amigos da internet. Muito obrigada Katarine, amiga do Espírito Santo, e David, amigo dos Estados Unidos. Vocês são uns amores :)
Vou mudar as regras de todos os selos, por serem muitos. Então, acima de cada um apenas indicarei um amigo para recebê-lo.
David, my dear friend from USA, this award is for you :)
Myrna, my dear friend from USA, this award is for you :)
Fátima, querida amiga de Portugal, o selo abaixo é para você :)
Katarine, querida amiga do Espírito Santo, o selo abaixo é para você :)
Magdalena, my dear friend from Poland, this award is for you :)

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Voltei!!! Finalmente!!!

Curso concluído, aguardando a nota final. Volto aos meus amigos, que já perguntavam por onde eu andava...rsrsrs
Então, para celebrar o retorno ao meu diário virtual, deixo o inesquecível Luciano Pavarotti para vocês: